quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Red Hot Chili Peppers

Iria só pro rock in rio se fosse pra ver o Red Hot Chili Peppers, mas não fui, ingressos acabaram e não tinha ninguem pra me acompanhar na jornada. Por isso que quando o show deles foi anunciado para São Paulo, comemorei como um gol do Corinthians, não hesitei e comprei no dia que começaram a vender pela internet. Californication do RHCP foi o primeiro álbum que comprei na minha vida, e foi um dos que mais escutei na mesma. Aliás quem não teve um cd desse na infância com certeza foi uma pessoa infeliz quando pequena, porque é o tipo de álbum ideal pra ser iniciado no mundo rock. Leve e pesado, pop e funky, e com várias músicas clássicas. Portanto dá pra perceber como estava empolgado pra vê-los ao vivo, era um objetivo de vida ir num show dos caras, além disso, o Foals, banda que eu veria pela 4ª vez na minha vida (todas sensacionais) iria abrir. Tudo perfeito certo?

Mais ou menos, e pra isso é preciso voltar no tempo. Primeira semana de aula, todo os professores mostrando os programas do curso, dias de provas e etc, só alegria a não ser pela ótima notícia de que a primeira prova de econometria II seria no dia seguinte do show. Primeira coisa que pensei foi “ fudeu, não vai rolar aquele estudo na madruga pré-prova”. Vou admitir bateu meio aquele desespero porque econometria é foda, matéria difícil que tem que realmente estudar, ainda não trabalhava e pensei “ rola estudar enquanto isso”. Óbvio que deixei pra começar a estudar quando arranjei um trabalho(bom planejamento é foda mesmo né?) mas nem por isso deixei de ir no show, fiz de tudo pra não deixar nenhum estudo pra a partir das 6 da tarde daquela quarta-feira. 

Indo pro show, a companhia do show, minha prima, se deu o trabalho de esquecer os ingressos em casa. Conclusão: metro-onibus-nervosismo e a certeza de ter perdido o show de abertura. Entrando no Anhembi dava pra ver que tava muito cheio (ingressos esgotados) e dava pra ver que tava com uma sorte imensa, o show de abertura outrora perdido estava começando no instante que coloquei os pés no concreto do lugar, tava “cagado” naquela noite. O Foals fez um show muito bom como sempre apesar de 70% do público não conhecer a banda e não entender o motivo de empolgaçao de uns poucos que a conheciam.E sim , infelizmente rolou até aquele dedo médio pro palco, realmente  público diferenciado esse  não?

Tinha prova no dia seguinte então tinha que manter a sobriedade porque nunca ia achar um estimador beta com uma ressaca na cabeça. Andando pelo lugar encontro o Caio, brother feano que também tinha prova no dia seguinte e tava tão preocupado quanto eu. Era a noite sóbria pra ver o show, iria rolar com certeza aquela seriedade! Ficamos só na Coca(preta obviamente) e sempre Zero, nada que pudesse nos atrapalhar. Mas uma cervejinha , uma só, não mataria ninguém também certo?

Começa o show, eles tocam a primeira música do novo cd deles Monarchy of Roses. Sinceramente não gostei muito dela como abertura, sei lá soou meio estranha mas logo começaram os clássicos vai um Can’t Stop ai, depois um Tell me Baby , pra dai começar o Scar Tissue e ter neguinho passando mal adoidado. A galera ficou emocionada. O show continuou com algumas músicas do cd novo, que é muito bom com músicas como Look Around, Factory of Faith,Did I Let You Know,e a música-rádio deles no momento The Adventures of Rain Dance Maggie. Só não  baixem o CD porque isso é ilegal pessoal. E sim eles tocaram os CLÁSSICOS em letra maiúscula. Under The Bridge (PORRRAAAAA), Higher Ground (sem palavras), Otherside( toca até em balada essa), Me & My Friends (nem achava que ainda tocavam essa),  Californication(melhor série de tv né?) e By the Way (haha com todo mundo, inclusive a minha pessoa, sabendo cantar com detalhes aquela letra sem sentido)(ironia). A banda sai de palco, e nós entramos nos parenteses. No show tiveram dois momentos que me fizeram lembrar que tinha a prova no dia seguinte, o primeiro foi naquela pausa providencial pra beber algo, quando fiquei naquela indecisão , é água ou cerveja que tomo? Lembrei que tinha que ficar de boa e fui pra água. O segundo momento foi quando começou um bate-cabeça muito daora na nossa frente em By The Way, e po bate cabeça é sempre bom num show (uma música não mata ninguém) mas mesmo assim dei pra trás por causa da prova novamente e não aproveitei a música em sua forma mais bruta haha.

Eles voltam e tocam uma outra música do cd novo, Dance Dance Dance, com uma percussão incrível sendo feita pelo batera Chad Smith, botou todo mundo pra dançar mesmo. Veio Don’t Forget Me, música muito boa do cd By the Way e, que no show percebi que era a música perfeita pra ser tocada antes de Parallel Universe (minha favorita e que não tinha sido tocada ainda). Ela acabou e veio Give it Away, era o fim, e era foda a presença de palco, todo mundo percebendo que era o último momento de pirar no show deles, funk-rock puro sendo tocado! Acabou, e começou o “ One more, One more” sendo gritado pela galera. Não rolou, mas o baixista Flea veio pro palco e deu um discurso dizendo que amavam o Brasil, que era um prazer imenso “tar” aqui, queriam voltar o mais cedo possível e que o público tinha sido especial naquela noite. Olho pro lado e tem uns caras falando “ porra que show, to muito louco”, haha eu não tava louco naquele sentido mas tava louco pela música que tinha sido tocada, e pelo momento histórico na minha vida de shows, tinha visto OS caras. Antes de voltar pra casa sempre rola aquele caos pra sair do Anhembi, e tudo mais, mas tudo bem, nada que afetasse o meu humor ou que me fizesse lembrar que eu tinha uma prova em pouco mais de 7 horas. Ah sobre ela? Sei lá daqui um mês eu vejo, mas tudo bem, tem outras provas pra se recuperar, já o Red Hot em São Paulo eu sei lá quando verei de novo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

um oi e um tchau

se passaram 40 dias sabáticos desde que postei pela última vez, muita coisa aconteceu muita coisa não aconteceu mas posso dizer que minha ausência se deu por uma conjunção de fatores : estudo, trabalho, preguiça e preguiça. Mas precisei de um banho escutando música,dica de uma não-amiga, pra chegar a conclusão que deveria voltar a falar sobre o que mais gosto: música

nessa minha ausência em numerais católicos, to voltando pelo chocolate da páscoa, talvez o evento mais importante do período além da queda e renascimento do Corinthians, foi a morte do querido e gênio Steve Jobs. Mas antes que você venha e diga, " ah la vem mais alguém babar ovo pro cara só pq todo mundo ta fazendo" vos digo :- sim vou babar ovo pq ele merece e não, não é um simples " ai que triste o esteve jobs morreu" no facebook.  A maior invenção dele pra mim como grande amante de música é o Ipod. Sim eu tenho um Iphone, sim eu queria ter um Mac, mas o que realmente mudou a minha vida foi o Ipod. E pra isso vou contar a causa e o efeito de eu ser viciado naquele brinquedinho com um rodinha.

quando pequeno padawan musical, escutando o que podia pela frente, vendo MTV quando ainda tinha música e escutando 89fm quando ainda tinha rock no seu rótulo, eu tinha um vício. Não era crack, não era comer, era simplesmente comprar cds. Eu comprava em média, uns 4 cds por mês, ia toda sexta-feira na Fnac ver os lançamentos e sai sempre com um sorriso no rosto. Como se pode perceber não era um vício muito saudável e tal como o crack, me fazia perder uma imensidão de dinheiro. Lembro de uma viagem que fiz pra Argentina, a minha primeira solo, que eu voltei com simplesmente 20 cds. Minha mãe queria me matar por ter comida e bebido mal pra comprar uns cds. Mas era música, era eu e meu discman e era alegria. O Ipod já tinha surgido, e muitas pessoas já mostravam para mim o quão bom era ter um aparelinho que eu pudesse escutar todas as minhas músicas. Já era rato de computador e baixava mais musica do que comprava ainda, mesmo assim curtia o cheiro do encarte de um cd e toda aquela idéia oldschool dos fanáticos por vinil. Até que chegou um dia que minha prateleira estava muito cheia, surgiram outros vícios( precisava do dinheiro pra sair, dado que a mesada era beeeem curta) e decidi comprar o meu primeiro ipod, video de 32gb.

Começava ai o meu vicio, no ano de 2007 (sim entrei tarde nesse mundo). Estava do meu lado no cursinho, já escutava-o no carro junto com minhas caronas para o mesmo e ao mesmo tempo foi sendo lotado com musicas, musicas e musicas. Meu vicio em cds diminuiu, a ponto de se tornar quase nulo hoje em dia. Mas a minha convicção de que essa era a maior invenção da terra só aumentava. Voces tem noção do que é ter todas as suas músicas ao seu alcance quando você quiser? e eu tinha muita musica, meu ipod sempre esteve no seu limite, precisando ter uma limpa eventual a cada sei la quantos tempos. Quando tirei minha carta e ganhei meu carro, o ipod se tornou o grande companheiro. Não preciso afirmar que curto dirigir pq escuto minhas músicas e que mesmo no transito sempre to feliz se tiver meu ipod. (nao recomendável pra alguém que muda de musica o tempo inteiro como eu , o ipod no carro é a grande solução pra sua vida).

Dai veio o primeiro problema. Roubaram meu ipod, fiquei desesperado e tive que arranjar um jeito rápido de conseguir outro, mina mae ia pra europa e ia trazer um pra mim, mas teria que esperar quase dois meses para isso. A sorte dessa época é a Oi FM tinha acabado de surgir, e estava fresquinha, com muitas musicas novas e uma playlist diferente da usual, me lembro de escutar as letras das musicas pra tentar achar na internet quem  que tocava aquela música( a rádio tem o pessimo habito de não falar o que esta tocando). Conheci muita musica e ja fui baixando coisas pra abastecer o meu novo ipod. Detalhe a Oi FM continua com a mesma playlist de 3 anos atras, ou seja, as coisas só são boas quando são novidade mesmo.

Ganhei meu ipod, enchi de música, agora tinha 120 gb de diversão. O tempo foi passando e fui pro meu intercambio. O ipod foi meu companheiro por todas as viagens que fiz, sem falta ele estava comigo e com meu grande fone de autista (que tem um ótimo som). Dai vem o caso dois de dependencia, muito mais grave mas que mesmo assim me faz lembrar com tristeza a morte do grande Jobs. Estava eu indo pro meu último festival do intercambio, escutando o arctic monkeys que ia tocar no dia quando BOOM, o fio do headphone fica preso na cadeira do onibus e nisso o pino quebra. Triste fiquei, tentei consertar e no fundo dei um jeito de poder ainda escutar em um só canal(direito, o esquerdo tinha quebrado) o som durante o dia. Mas sorte pouca é bobagem e o pino quebrado, ficou preso dentro da entrada do ipod. Ou seja, fudeu! não rolava tirar e me bateu um desanimo forte haha. Juro que todas as pessoas que conheci naquele festival sabiam da historia do meu ipod, não me cansava de afirmar que tava triste e se eles sabiam de algum lugar em lisboa pra concertar. Fui atrás disso e nada. Conclusão fiquei os ultimos dias do intercambio sem escutar música enquanto andava por ai, sem poder escolher a trilha sonora do momento.Quando cheguei em São Paulo, a primeira coisa que fiz foi ir atrás de um apple store que o consertasse, coisa que foi cara mas valeu a pena, tinha a música de volta. E isso que eu tenho que agradecer o senhor Steve Jobs, o qual não inventou o mp3 player, mas fez como todos os outros itens que inventou, um produto que é fácil e simples de usar e que ao mesmo tempo não te deixa pensar viver sem. O ipod te dá a possibilidade de escolher uma trilha sonora pra qualquer momento da sua vida, e se você não consegue entender isso é porque não dá tanto valor pra música como eu. Obrigado senhor Jobs, descanse em paz.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O saudosismo prejudicial

Muitas pessoas amantes da musica tem preconceito com tudo o que é novo musicalmente. Dizem que o que é bom é antigo, que as décadas passadas são as que se escutava musica de verdade e que o surge hoje em dia sao somente releituras do que revolucionou no passado. Quantas pessoas nao escutaram uma banda de brit pop como Oasis e disseram : "mas porra eles querem ser os Beatles,o som deles eh parecido com x, y, etc". Eu discordo totalmente dessa visão. Primeiro porque a ode ao passado é simplesmente uma negação ao presente infeliz ( sim eu vi meia noite em Paris recentemente) entretanto as pessoas que dizem que o novo é ruim, muitas vezes se prendem a aqueles lixos comerciais que surgem normalmente. Qual eh o problema disso tudo? A pessoa que gosta de musica mas insiste nesse preconceito, nao consegue aproveitar o que esta ao seu alcance hoje em dia, ou seja, álbuns de musica novos e shows pra ir. Minha banda favorita eh pink floyd mas eai, posso ir em shows? Posso esperar um cd novo pros próximos anos? Nao, obvio que nao.

Mas o pior de tudo, pior que que nao ter shows pra ir, o "preconceituoso" perde o mais importante: musica boa. Existem bandas novas tão boas como as antigas, o conceito de releitura tem que ser eliminado, imagine hoje em dia para os músicos que fazem suas bandas tem ao alcance a maior base de dados de influencias musicais possiveis e de tempos em tempos surgem bandas que realmente soam ao passado mas com o frescor do ar musical novo. Exemplos se esta perdido? Escute black keys e imagine se essa banda nao eh um filho direto do vocal do jimi hendrix misturado com rock and roll do led zepelin! Escute por exemplo tame impala e tente nao lembrar da voz do john Lennon na fase psicodelica dos Beatles. Pegue bandas que surgiram nos últimos 20 anos e  divulgaram gêneros como grunge( Nirvana) e stoner rock( queens of the stone age). Tudo isso era musica nova em algum momento e algum saudosista disse que era uma merda. A musica é boa nao importa a sua época, a questão eh o quanto vc procura sair do seu preconceito e descobrir musica nova. Como qualquer forma de arte, a música está em constante evolução e absorção de ideias passadas. Descubra e va em shows, o espirito da musica boa ainda existe por ai para aqueles que realmente a apreciam, é só ir em busca!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

música ou espirito universitário?

Passou o tempo em que os shows grandes no Brasil eram coisas raras, que os festivais novidade e que o segundo semestre teria no máximo um show do Deep Purple em sua 10a turnê por aqui. São tempos modernos, o país ta crescendo e blablabla e com isso entramos de cabeça nas turnês das grandes bandas. Aliás pq não certo? Cobram caro pra caramba nos shows, as empresas ganham dinheiro e mesmo assim os shows ficam sempre "sold-out" mas criticas a parte a questão é SWU ou Economiadas?

Quando o SWU foi anunciado, as bandas logo de cara não empolgavam muito. Tirando o primeiro dia,com  Snoop Dog e Damian Marley (lembrem-se, eu sou bem eclético,se a música é boa claro), eu realmente nao queria ver Peter Gabriel ( hmmm sono a vista no meio de uma fazenda?), nem Megadeath (fase metal aos 13 anos passou e nunca vai voltar graças a Deus), Sonic Youth é bom mas terceira vez ia transforma-los em um novo Iggy Pop pra mim e eu não tava afim. Neil Young certo? não ele vem pra fazer palestra. PALESTRA MANO, garanto que será no dia do Peter pra fazer todo mundo capotar. Entretanto novas atrações vieram, Black Rebel Motorcycle Club,Alice in Chains, e Stone Temple Pilots (fazendo um segundo semestre grunge junto com Chris Cornell no dia anterior, bem anos 92), e agora no dia "pop, que de pop só tem o black eye peas"( porra desnecessario, todos os anos eles vem pra cá), tem o Kanye West. Provavelmente o rapper que mais escutei, e o cd que me acompanhou nos metros parisienses no intercambio, esse negão faz um show do caralho. Bem produzido, sem playback e com uma big band tocando junto, faz o famoso Rap de estádio. Agora um show dele no mesmo dia que o Snoop e Damian me fazem pensar , economiadas ou SWU? 

Pelo que lembro, o sábado do economiadas é um dia bem daora. Mais daora pq todo mundo chega cansado na sexta e começa a beber até o sol raiar. Dorme-se umas 3 horas e depois começa o clima de jogos,ou o que pra mim é o clima de bebida mesmo. Fica-se o dia inteiro "sóbrio" pra no fim da noite chegar a primeira balada ( que não é nada demais).Vale a pena. Mas acho que uma passada no SWU nesse dia incrivel e voltar pro economiadas tb vale. Preciso de amigos pra fazer um esquema conduçao ida-volta, que garanta que voltaremos são e salvos ( nada de malucos no volante). Quem se candidata?

Acho que ficarei só no primeiro dia ainda, me xinguem mas no dia do "rock" só faço mesmo questao de ver Black Rebel que se voce desconhece baixe agora! o grunge eu fico com o meu favorito mesmo, Pearl Jam com ingressos comprados já. Mas o primeiro dia vira! e vamos torcer pra que nos proximos anos tenhamos datas diferentes, pq o legal dos festivais apesar de qualquer line-up é ir os 3 dias e acampar!!!


acabou o desemprego!(e com ele o ócio e o fim dos problemas financeiros haha)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Festival de Verão, segundos dias

Após um começo de festival no mínimo sensacional, acordei no dia seguinte com uma semi-ressaca,  semi porque acordei as 3 da tarde enquanto o carioca foi pro trabalho no dia seguinte e acordou se não me engano as 8 da manhã. E não existe nada pior do que ter pensar depois de um show, coisa que tem trabalha deve fazer certo? Mas lá estava eu a fazer as obrigaçoes diarias pré segundo dia de festival (comprar o macarrao de 1 euro, o molho de 1 e pouco, as cervejas e o energetico), parei pra entrar na internet e ver se existia alguma repercussão do festival na pagina do festival no face. Lá via videos, e declaraçoes só positivas sobre o show do Foo Fighters, Primal e Diplo, ou seja, não estava maluco ao afirmar que tinha sido os melhores shows em cada palco. Ao mesmo tempo via um monte de “criança” super empolgado com o show do que seria o headline do dia no palco principal e o qual eu não tinha nenhuma noção do porquê de  todo mundo estar tão empolgado ou tampouco por que o 30 seconds from Mars ser essa banda. Sabia que era a banda do maluco que fez um junkie no filme “Requiem para um sonho “ e que a maioria das “criança” não tinha visto esse filme, muito bom mas extremamente pesado, um filme que as faria “stay out crack for good”. Pensei, “ vou ver um pouco pelo menos dessa merda pra qual que é”. Enquanto isso o macarrão ficava pronto, o carioca chegava do trabalho com uma cara de acabado. Disse as poucas palavras “ o rolim, vai la frrrrente carrra, vou dorrrmirr um pouco, te encontro lá”. Feito, macarrão na barriga e sai correndo até pq já tava perdendo o começo do show do Friendly Fires.

Antes de entrar no festival tentei dar uma de “brasileiro”, já tinha tomado as cervejas mas tinha ainda dois energéticos e realmente não queria desperdiçá-los, não pensei duas vezes e coloquei em cada um dos bolsos da minha bermuda( uma daquelas com diversos bolsos). Na revista, abri a mala, o policial viu que não tinha nada, e estava pra me deixar passar quando ele teve a grande ideia de dar um tapinha na bermuda, só pra ver se não tinha nada, me ferrei, achou os dois energeticos e disse “ o senhor sabe que não pode fazer isso e pq faz?” sem palavras pra responder só pensei em beber os dois energeticos o mais rapido possivel e entrar no festival (o guardinha tinha sido legal e dito que podia bebe-los se quisesse). A primeira banda do dia seria o Friendly Fires, a qual eu não sei porque foi colocada em um horario tão chulo (6 da tarde), tinha perdido já uns 15 minutos do show o que pra uma banda dessas é tipo quase metade do show. Mas valeu a pena, tocaram os hits que são conhecidos pelo Brasil via rádios como a Oi Fm, tocaram o novo cd o qual eu não tinha dado o devido valor mas que me parecia ter umas musicas bem interessantes , pensei “ quando chegar em casa dou uma olhada com mais atenção”. O vocalista da banda parecia ser um grande queridinho da mulherada, lá tinha cartazes pra ele e quando o sujeito deu um “mosh” na galera, vi varias minas tentando beijar o cara. Esse ai tem sorte na vida. Mas o que mais me surpreendeu na banda é que além do normal, vocal,batera,guita,e baixo tinham também teclados, e caras com instrumentos de sopro. A presença de músicos com outros instrumentos seria algo comum e extremamente bom durante aquele dia do festival.

Segunda banda do dia era o “Angus and Julia Stone”, banda de folk bem calminha, daquelas que se põe pra ouvir antes de dormir sabe? Fizeram um show bem hippie e light, com boa presença de palco do Angus e a Julia da banda, aliás a Julia era uma simpatia de pessoa e extremamente charmosa. Não sei porque mas bandas que tem mulheres cantando realmente me fazem prestar ainda mais atenção ao show. A violinista da banda era muito bonita também e para completar o clima rock+mulher, o público em si consistia em basicamente mulheres o que me fez chegar a duas conclusões: 1)essa devia ser uma daquelas “bandas pra menininha” e 2)esse era um bom tipo de show pra se frequentar mais vezes. Achei o show bem relaxante e uma boa abertura para a banda seguinte a qual era A banda que eu queria ver naquela tarde com sol quase baixando, o Fleet Foxes.

Essa merece um parágrafo a parte. Conheci a banda no segundo semestre do meu intercâmbio, quando escutei uma música que iria aparecer no segundo cd da banda lançado em maio de 2011. Era um folk calmo e que depois ficava agitado da metade pra frente, além disso tinha um ar meio de grandiosidade, com diversas instrumentações e tal. Passei a querer me informar mais sobre a banda, baixei o primeiro cd e logo se tornou umas das figuras mais presentes no meu playlist diário. Na gringa, estavam os chamando de os novos “ Simon and Garfunkel”, apesar de serem uma banda e não uma dupla. Tempo vai e tempo vem, lançaram  o segundo cd e realmente explodiram na Europa, a ponto de eu escutar uma música deles em lojas de departamento europeias. E mais de uma vez. Parênteses a parte, vamos ao show.
Quis pegar um lugar bom, perto do palco pra realmente aproveitar direito o show, do meu lado tinha um cara de uns 30 e poucos anos com cara de que tinha escutado muito Weezer e Wilco na vida. Antes do show dava pra escutar uma batida continua e repetetiva vindo do palco eletrônico, era um baixo muuuuito loud, que merda é essa?. Era a festa do Steve Aoki, japa/americado doidão mesmo que tinha programado todo o dj set do dia, e nele só tinha amigos dele os quais tocavam um dub step desde das 5 da tarde. Perdido nos pensamentos sobre a tenda eletronica, o grupo entra ao palco, e nisso vem 1,2,3,7 caras no palco! cada um com seu instrumento, e isso inclui um violãocelista(sei lá se essa palavra existe). O publico começava a se incendiar, e antes de tocar o primeiro acordo o vocalista diz “ vcs estão me escutando com essa barulheira?” é, não era só eu que reclamava do dub step vizinho. O show começou e nisso música boa atrás de outra, com uma presença de palco que eu não via a muito tempo e uma alegria em um show que eu não tinha desde do show do kings of leon em 2005, quando eles ainda eram legais na minha opinião. E uma coisa, a banda tem que ser realmente boa pra fazer o público pular num show de folk. Sim folk e pular não nunca estão na mesma sentença. O show foi fudido, perdi a cabeça e quase minha camiseta ao tirar ela e começar a balança-la (sim isso é brega mas euforia é foda). Tinha entendido porque diziam que eles tinha a melhor presença de palco entre as bandas consideradas “indies do momento”, além disso a comparação com eles e o Simon e o Garfunkel fazia sentido, o vocal e o backing vocal tinha uma sincronia e uma diferença de tons musicais que lembrava o duo. Além disso você sabe que uma banda é foda quando ela afina os intrumentos fazendo uma jazz session entre as músicas tocadas. Quando o show acabou eu tinha um sorriso de ponta a ponta, acho que tinha sido o melhor show da minha vida em anos. Era mais do que o som por si só, era basicamente “a banda” do meu intercâmbio em Portugal, e tinha feito um show sensacional, sentimentalista ou não, tava feliz pra caralho.

Andando com cara de bobo alegre pelo festival encontro o carioca, ele de longe tinha visto o show mas mesmo assim falou “po mano geral tava pirando nesse show, foi bom meiiissmo”. Daqui pra frente no festival não tinha nada em seguida mesmo, o que era bom pra mim pq depois desse show eu tava realmente cansado, mas mesmo assim queria continuar escutando música e por isso fomos pro palco principal. Lá devia estar tocando uma banda que segundo a organização do festival tinha um som à la Blink, e po Blink é legal pra cacete. Chegamos lá e nada tocava, algo devia ter atrasado o show. Aproveitei pra comer o sandubinha homemade e dar uma descansada. Na noite ainda teria o 30 seconds from Mars, com suas crianças andando pra lá e pra cá com camisetas, pais e bandeiras com os dizeres “WAR”, sei lá eles devem ser muito do mal mesmo. Além disso teria o Thievery Corporation, banda que o carioca mais queria ver em todo o festival mas que eu não conhecia direito e ao mesmo tempo botava fé e confiança no carioca. E pra terminar tinha o Chemical Brothers com sua aparelhagem de som imensa e show de eletrônico de gente grande. Antes disso vimos o Afrojack, dj com uns hits na Europa e que fez um excelente set list balada, entramos pra ver e acabamos ficando até o fim do show. Pós isso fomos ver o começo dos 30 segundos lá, e nada de banda “porra alguma merda rolou” pensamos. Nisso aproveitamos pra ir pro palco secundário esperar o Thievery e relaxar na “prainha”, chão da pista coberto com um carpete verde. Comecei a falar com um senhor com sua esposa, os quais tinham ido pelos shows eletronicos da noite (Thievery e Chemical), pra ele Chemical era melhor banda do mundo ao vivo e o Thievery era muito boa ao vivo tb mas ele não entendia pq tinham guitarras, bateria e percussão no palco pois o mesmo já os tinha visto 4 vezes e sempre era só um dj com uma pickup. Conversa vai e vem, eu recebo uma mensagem do aplicativo do festival dizendo que os 3 primeiros shows do palco principal tinham sido cancelados e o 30 seconds e Chemical iam acontecer mais tarde. Hmmm achei a criançada ia ficar um pouquinho puta com o atraso do “Restart” deles.

O Thievery entrou no palco e o carioca foi a loucura, o som rolando era realmente muito bom, um som bem pra relaxar mas ao mesmo tempo com uma big band tocando. A banda tinha simplesmente 5 vocalistas cantando em françês, inglês, espanhol. Homem, mulher, tocaram Reggae, Dub, Rock e Eletronico. O show se assemelhava ao do Primal que tinha acontecido no dia anterior, todo mundo curtindo como se fosse uma grande festa, dançando e curtindo pra caramba. Nunca tinha me divertido tanto num show de uma banda que não conhecia nada e ao fim do show tinha virado fã. Não tem como não gostar, os caras eram músicos de verdade e a prova disso veio na última música. O baixista veio até a grade e começou a tocar o seu baixo na frente da galera, deixando todo mundo tocar nas cordas do baixo, se não bastasse isso pulou depois na pista e não deixava nenhum segurança tira-lo de lá, abraçava os fãs e batia no peito. O público português tinha sido especialmente bom pra eles. Fleet Foxes e Thievery, o festival tinha sido sensacional até o momento e ainda restava um big show de música eletrônica.

Fomos cansados pro palco principal, e o Chemical rolando em todos os sentidos no lugar. Show grande, com telões gigantes, uma estrutura  que parecia uma grande jaula com cores e luzes sincronizando com a música. O público tava realmente maluco nesse show, e o som rolando bom demais, o que faltava realmente era energia a qual tinha sido consumida já e o efeito do energético passado. Mas quando eles começaram a tocar “hey boy, hey girl” não sei como acordei pra vida e nisso a curtir o show realmente com afinco, eu e o carioca começamos a costurar o público pra chegar o mais perto do palco possível e o som nervoso de fundo. Conseguimos chegar na grade realmente só na última música, mas valeu a pena, a música tinha um baixo extremamente forte rolando, que fez tremer tudo, olhava pro lado as pessoas chacoalhando com os graves e os irmãos químicos quebrando tudo no palco. Quando o show acabou não sabiamos mais o que fazer, tinhamos visto 3 shows de novo extremamente fudidos. Decidimos ver o japa maluco no palco eletrônico e aproveitar o último som da noite.

No palco eletrônico tava rolando um dub step pesado, e dub step já é pesado normalmente. Mesmo assim o show tava bom, o japa tinha convidado várias mulheres pro palco, as quais tentavam aparecer cada uma mais que a outra, música vai e vem o japa termina o show de forma sensacional. Pega um daqueles botes infláveis, joga no público e pula no bote. Começa nisso a “navegar” sobre o público e jogar champagne na boca de todo mundo. Vendo de longe dava pra ver que quem tava na grade tava se divertindo ainda mais que a gente. Realmente o japa sabia fazer uma festa. O fim veio e meu cansaço se foi, eu tinha ficado no fim tão ligado com os shows de eletrônico e pela qualidade musical que quando cheguei em casa demorei pra dormir. Mas isso fica pra outro dia de história, a vir em breve.

besos

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O que é mais importante, letra ou melodia?

Quantas vezes você realmente presta atenção a letra de alguma música mais do que a melodia? Se música é nada mais do que a execução de ritmos, aqueles que se preocupam mais com a letra nao gostam realmente de musica então, certo?

Acho legal aqueles que se apegam a musicas pelas letras mas sinceramente eu nao ligo muito. Para mim a instrumentacao vem antes de tudo, o ritmo é o mais importante. Entretanto uma musica pode ser considerada completa quando unifica uma boa letra com uma boa melodia. Se nao existe melodia boa os ouvintes vão prestar mais atenção na sua letra, é exatamente isso que diferencia a praga do restart e do Emo no brasil dos demais estilos: instrumentacao fraca e com letras fraquíssimas, as quais sao mais reparadas pela melodia indecente. Portanto senhor musico, se preocupe sempre com a melodia, o que vem depois é lucro.

Relato de alguém que assobia o baixo,bateria,guitarra da musica mas dificilmente lembra da letra.
Viva melodia hahahaha

Opinião de alguém que esta entediado numa aula de economia e complexidade. Alias se a divagação acima se deve a viagem dessa aula.
Ainda desempregado e escutando Tame Impala sempre que possivel

Rolim





ps: preciso continuar a escrever sobre o festival